Cicatrizes

Singela homenagem.
“A experiência  da dor, memória e esquecimento, vazio e preenchimento são vias que sugerem uma chave de entrada à obra de Paulo Gaiad. Mesmo que se evite a biografia como um roteiro de criação artística, em Gaiad a trajetória particular é matéria-prima de seu trabalho”,  escreve Fifo Lima, no primeiro parágrafo do livro Paulo Gaiad, volume 4, da coleção  Vida e Arte.   Folheio e encontro  na página 6  a ilustração de um pormenor da obra “Cicatrizes”, 1998. A grafia de Gaiad ali expressa que:
“ao se fechar a ferida
a cicatriz guarda
essa marca
a essência da dor…
Traz em si a história
da difícil caminhada
que é viver.
Essas marcas e feridas
nos tornam mais duros,
menos flexíveis,
mas nos permitem
continuar a andar.
ainda bem,
que se fecharam,
senão a loucura seria certa.”
No dia 14 de outubro de 2016,  Paulo Gaiad,  fecha  um ciclo  e escolhe seguir, para sempre,  o caminho da memória, pelo qual, ele não segue sozinho, mas com tudo e com todos que foram, são e serão tocados por sua obra e também por sua vida. Quem teve a oportunidade de conhecê-lo,  sabe o sentido das palavras:
carinho,
amizade
e
querer bem.