Afeto e liberdade, aprendi com meu pai

Por Ida Mara Freire,

Pense numa pessoa que foi um herói da afetividade para você. Na minha família o afeto e a liberdade estão entrelaçados. Já escrevi o ensaio Tecelãs da Existência, que fala   sobre minha herança afetiva feminina, no qual menciono como o fato da minha bisavó ter nascido durante a lei do ventre livre marcou profundamente a mulher que sou. Atualmente, inspirada na herança afetiva masculina, venho esboçando algumas ideias acerca dos artesãos da liberdade. E hoje, como é o dia em que comemoramos o aniversário do meu pai, que se estivesse vivo completaria 102 anos, o tema dos heróis da afetividade voltou. Pois, meu pai é um herói do afeto, por me ensinar a viver e amar em liberdade – sem prisões mentais e emocionais.
Essa ideia dos heróis da afetividade é inspirada no webinar que participei com Ken Page, ele sugere que a jornada amorosa inicia em nossa infância e seguimos pela vida aprendendo a amar e sermos amadas. E que é muito importante identificarmos as figuras afetivas em nossas vidas, pessoas que nos ensinaram a amar. Atentar em como elas fizeram isso, seus gestos, suas palavras, seus silêncios, seus momentos de aproximação, e seus inevitáveis distanciamentos. E uma das chaves para abrir o nosso coração, é agradecermos por tudo isso. Outra sugestão… é indagarmos nesse momento de nossa vida, o que esses heróis querem que nós entendemos sobre o afeto e, compreendermos como eles continuam iluminando  os trajetos do nosso coração.
Ao lembrar-me de Manoel Antonio Freire, meu pai,  eu sou grata pelo caminho que seu afeto pavimentou, para que eu hoje possa percorrê-lo livremente com fé, esperança e muito amor.   Grata Pai…