Múltipla Dança em Múltiplos Espaços

Por Ida Mara Freire
 
O corpo, a dança, a política, estamos aqui: parque,   praia, teatro,   universidade, Iphan… Que governo é possível? Quem aprecia a dança poderá responder, escrever, observar as possibilidades dessa questão de Olga Gutiérrez, que ecoa nas proposições do Múltipla Dança. A começar por imaginar, com Elías Aguirre, um pássaro que não voa. Reconhecer as memórias vivas narradas e cantadas nas danças de Diana Gilardenghi e Sandra Nunes. A Atitude Cia. de Dança atenta se estamos cimentando sensibilidades ou encorajando a desesperança. Será que estamos com eles? Rui Moreira explora ações cênicas da dança negra aqui e em Dakar. Elke Siedler sinaliza com vermelho a fragilidade on-off-line das relações afetivas. Marta Cesar e Jussara Xavier celebram a 9a. edição do festival, valorizando o contexto artístico em constante mudança que recusa o padrão único e abraça a inclusão ao homenagear a professora Ana Lúcia Ciscato. A cena se completa com a participação: leitor, leitora que arriscam com coragem fazer parte dessa múltipla dança.
Texto publicado no jornal Notícias do Dia 24/05/2016